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Em algumas noites, quando o sono não vem ao mesmo tempo em que a cabeça deita no travesseiro, fico pensando sobre a minha arte. Os textos que escrevo, as fotos e os vídeos que gravo. Não são pensamentos neutros, claro.

Há alguma entidade bizarra que me faz menosprezar e rebaixar o que produzo. Pensar se meus personagens são bons o suficiente, se as histórias são atrativas e concisas. Se as fotos tem significado, se elas estão bem editadas, se servem pra alguma coisa. Se alguém vai querer ver.

equilibrio

Pra tentar contornar isso, tenho uma lista, meio metas meio verdades que em hipótese alguma posso esquecer. Os dois primeiros itens são conflitantes, mas vou explicar o porque de fazer sentido pra mim.

O primeiro é, “ser tão bom quanto os melhores naquilo que me proponho fazer”. Já o segundo, “você nunca será tão bom quanto eles.”

Enquanto que a primeira me tira do chão, me permite gostar e olhar o que faço com admiração, alimentando a minha criatividade e a autoestima, a segunda me puxa para a realidade. Às vezes o puxão é forte e a queda dolorosa.

Elas não são fixas. Alternam-se entre si e isso é necessário. Evita que eu tenha um surto, comece a me achar maior do que os outros mesmo que meu texto seja uma total porcaria (isso acontece, só olhar ao seu redor). Porém, preciso que minha autoestima seja alimentada, se não, vou ali e me enterro em um canto e nunca mais saio. É mais ou menos como o yin yang, um equilíbrio. Não é perfeito, mas me mantém funcionando e produzindo.

Nas últimas noites, o que mais me chamou a atenção foi que estou evitando o erro. Não tento tirar as ideias da cabeça, não exploro, tudo por medo de errar. Medo do que possam dizer caso me vejam errando. Fico congelado esperando alguma coisa acontecer. A partir do momento em que isso acontece, não faço nada. O problema é que errar é um dos principais fatores para evoluir e melhorar. E nunca concordei mais com o Joe Hill e sua frase “Se você não erra, provavelmente está pensando demais. E esse é o pior erro que se pode cometer.”

Não posso levar a vida pendendo só para um lado. Nada é constante ou absoluto. A montanha russa tem altos e baixos, mas o conjunto mantém um equilíbrio de adrenalina. E aqui está a palavra: equilíbrio.

Como o yin yang, minha criatividade e minha audácia na escrita e fotografia devem ser estimuladas, me permitindo voar para longe. Se voar demais, há sempre o segundo item da lista para me puxar contra o chão.

Mas se acontecer de eu gostar do que encontrar lá em cima, nunca mais volto para a realidade. A gente sempre acaba pendendo pra algum lado mesmo, então que seja o mais louco.

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1 comentário em “Equilíbrio”

  1. Luan esta postagem simplesmente fez me entender melhor o que eu já vinha presando em minha vida de uns tempos para cá.

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