Era uma vez um menino solitário
Postura torta e coração machucado
Mantendo no interior da mente
As coisas que não conseguia ter
Um olhar apaixonado
Um sorriso encantado
Alguns abraços apertados
Que d’tão intensos
Juntariam tudo aquilo
Q’lá dentro permanecia
Quebrado e isolado
Braços cruzados rosto fechado
Seguia caminhando sem rumo
Esbarrando perdido em quem
Como ele não encontrava uma maneira
De permanecer próximo a alguém
Um olá abafado beijo soprado
Produzindo o alivio camuflado
Regado de vazio crescente
Por não ser quem precisava ser
Era uma vez um menino
Que não sabia o que queria
Mas que de alguma forma
Tropeçava em quase tudo
Aquilo que precisava.