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Caminhos

senti sua falta quando acabou
e quando a raiva veio forte e sem filtro.
nas vezes em que xinguei nossa história,
as sua atitudes e a minha desimportância.
tenho saudade da cumplicidade, do companheirismo e
da reciprocidade no carinho.
achava que não te queria de volta.
achava que eu estava bem ao ficar longe de você.
mas eu te quis de volta.
e nesse querer, pensei se havia mesmo reciprocidade no carinho.
bora tentar, com mais força, de um jeito forçado.
to machucado, não está vendo?
bora tentar com a cabeça confusa,
com o peito quebrado.
to machucando? tá doendo?
já estava destruído? doente?
dava pra fazer acontecer, não?
vamos sem respirar.
no final, queria um jeito de qualquer jeito.
explorava todas as formas de mostrar o quão bagunçado eu estava por dentro.
o quão desrespeitado eu me sentia.
pintei minhas dores de neon e torci pra você se importar.
no caos, te querer de volta fazia sentido.
fazer acontecer fazia sentido.
insistir na gente fazia sentido.
mas lá dentro algo gritava:
chega, me ouve. acabou.
gritava: aceita, passou. segue.
cabeça cheia de raiva quem disse que ouve sussurros?
a gente grita. a gente sufoca. tá errado.
demorei pra me encontrar,
para me reconhecer depois do tempo agir.
eu te amo e eu sinto a sua falta.
faz falta o seu beijo pela manhã e o seu toque.
faz falta olhar suas mensagens e sorrir pelas suas conquistas.
dói não ter o encaixe na hora de dormir.
te disse adeus torcendo pra que voltasse,
pra que percebesse a injustiça na sua voz e o orgulho nas suas ações.
o que eu sou pra você?
cansei de olhar para trás sozinho quando fomos para caminhos opostos,
e juntei numa caixa as partes de mim que ainda alimentavam o nós.
hoje eu sigo, talvez te leve comigo para sempre.
talvez eu abandone essas partes em algum lugar.
sem ironias, admiro sua resiliência.
sua capacidade de evitar o problema de frente e fugir pela lateral.
dá vontade de te dar um soco por isso às vezes. mas eu te amo.
quem dera a gente aprendesse sem tanta briga.
quem dera a gente lidasse um com o outro de forma madura, sem tanto drama. sem tanto caos.
sem tanta dúvida sobre o que significamos um para o outro.
o silêncio é doloroso quando as relações acabam pela desistência.

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