Escrevo com urgência, porque as vezes dói demais deixar aqui dentro. Você pode encontrar mais textos além desses em suas respectivas categorias. Aqui estão os mais recentes.
Carta aberta:
- HortelãQuerido hortelã, Admirei o seu verde. Não tinha como ignorar a sua presença. As folhas eram fortes, escuras e acompanhadas de ramificações a procura de espaço no jardim. Você se espalhava com prazer, sem dificuldade e sem pudores pela terra toda. E que cheiro maravilhoso, hortelã! Minha respiração aliviava quando eu te prendia nos dedos e cheirava logo em seguida. Invadia meu peito e eu expandia em reação a menta sutil que se intensificava conforme eu mexia as mãos. Ainda nem falei de seu gosto…
- O término que não quero repetirEscrever esse texto é como estar em uma sala vazia sentado de frente para minhas sombras. Quem dera fossem sombras como o contraste da luz em mim. Na realidade talvez sejam monstros. Criaturas amórficas como as manchas de Rorschach. Interpretações únicas para memórias cansadas.
- Dói, São Paulosão paulo, já faz alguns anos da minha chegada. só duas malas cheias de livros e roupas. a câmera pendurada no ombro e uma mochila de expectativas bem embaladas com medo que pudessem quebrar. fase nova. tem situações que acontecem rápido demais, você não percebe. assim como não percebi os anos que passaram.
Contos e Crônicas:
- Caminhossenti sua falta quando acabou e quando a raiva veio forte e sem filtro. nas vezes em que xinguei nossa história, as sua atitudes e a minha desimportância.
- Mágoaa mágoa gruda. distorce sentimentos, camufla memórias e reinventa situações. faz você achar que faz falta, sente falta e sempre falta. põe um filtro torto nas suas visões e, na fraqueza, sussurra ilusões que fazem sentido.
- Aos que vieram depois de vocêQuando as luzes se apagaram antes de você ir, achei que nunca conseguiria encontrar um jeito de acendê-las de novo. Não estava frio e o que eu sentia não era tristeza. Perderíamos o que cada um tinha pelo outro, mas era melhor assim. Abaixamos as armas e nos transformamos em cinzas.
- Vem cáEi, vem cá. Eu escrevo sobre amor. Está ali no meio do ciúme, do desejo da ausência do carinho e da saudade. Porém, ele vindo assim, continua sendo amor?
- Queronão quero que você seja feliz o tempo todo; não quero que você não se machuque, viva na ilusão ou se satisfaça com doses homeopáticas de mentiras; não quero que você tenha medo de ficar triste, que se sinta solitário ao ficar sozinho;
- Lembrei de vocêHoje, lembrei de você. Já faz tempo e ainda me senti incomodado pelas memórias. Te considerava importante demais, pelo visto. Nutri sentimentos e trouxe você para perto demais. Bela bosta, você ferrou com tudo.
- Era uma vezEra uma vez um menino solitário Postura torta e coração machucado Mantendo no interior da mente As coisas que não conseguia ter
- Por favorQuando for entrar, tire os sapatos. Deixe a sujeira do lado de fora e só traga os caminhos pelos quais seus pés passaram. Me mostre as experiências guardadas na mochila. Aos poucos, me deixe expor as cicatrizes talhadas no peito. Ria comigo transformando as sombras em ecos insignificantes.
- PromessaFiz uma promessa, lá no começo prometi que alguma coisa seria diferente. Não encararia os erros com tanta pressão. Não daria espaço para as insegurança crescerem sem antes promover uma boa lutar contra elas. Não levaria tudo tão a sério, já que a vida é dramática demais.
- VoarA rampa era bamba, instável sob os pés de alguém que não estava confortável. Ele mantinha os braços abertos e joelhos flexionados, preparado para saltar longe da beira caso alguma coisa fora do esperado acontecesse.