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Ei, vem cá.

Eu escrevo sobre amor. Está ali no meio do ciúme, do desejo da ausência do carinho e da saudade. Porém, ele vindo assim, continua sendo amor?

A postura muda ao ver que tudo se resume à presença ou falta de amor. Já notou? Leva a culpa por tudo também. Na possessividade, no abuso, na falta de privacidade, no excessivo. É porque eu te amo. Não.

Amor é leve e difícil. Sozinho, está na cumplicidade, na importância que alguém tem para você. No sorriso sincero ou no olhar analítico para ver se está tudo bem mesmo. No universo se expandindo num abraço. Está no denso mergulho na história de alguém. Na positividade. Porém, por ser forte e nunca vir filtrado, sempre leva a culpa.

E às vezes a culpa é boa. No desejo, no jogo até o beijo, na paixão e na vontade de ter os corpos mais próximos. Na conversa depois do gemido ou no carinho entre o banho e o adeus.

Não se prende à mistura do desejo ao físico ou a satisfação do sexo. Está no tempo. Na companhia do cinema, nas festas com os amigos próximos e na certeza de que, mesmo sem o eu te amo, a pessoa sabe o que significa para você. Está nas sutilezas.

Amor é a única coisa que se aproxima da onipresença. E escrevo sobre o meu, porque quando é sobre os outros a gente só escuta, não fala. Só tenta entender e não julga. Às vezes dói. Em outras, traz o quentinho no peito. Às vezes, mexe em coisas lá dentro que a gente achava não existir mais. Porém, mesmo quebradas, que bom que continuam ali.

Imagem: mettamatt

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