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Construindo: Balloon

Compartilhar o que eu sei sempre me deixa com frio na barriga. Tem dois motivos para isso. O primeiro é: não acho que sei uma quantidade boa de coisas a ponto de compartilhar. O segundo: o “efeito demonstração” sempre está ai para atrapalhar e fazer você ficar com cara de bobo. Você sabe executar alguma coisa perfeitamente, mas quando vai mostrar para alguém, não dá certo.

Esse post inicia uma série onde pretendo mostrar o passo a passo de como cheguei a uma imagem. Como foi meu processo de planejamento, organização, as fotos e a edição. Você pode fazer perguntas se quiser, dessa forma as próximas postagens serão mais completas. Não tenho as melhores composições do mundo, mas sei que esse processo de expor dessa forma vai me ajudar a ver detalhes que deixei passar e podemos trocar conhecimentos, ideias e referências. Podemos começar?

Balloon

Eu uso o Photoshop para as edições, colagem de imagens e o Lightroom para alterações de coloração e iluminação. Dá pra fazer tudo no Photoshop, se quiser. Fotografo com um Canon T3i, lente do kit 18-55mm, com o auxílio de um disparador remoto. Sou um fotógrafo de autorretrato e o disparador facilita muito a minha vida, principalmente com o foco. Algumas vezes tenho a ajuda do meu irmão, mas incomoda ficar interrompendo o videogame dele para participar de um processo criativo que nem eu entendo. Balloon, que é o nome que escolhi para essa imagem, foi tirada sem a ajuda dele.

O processo foi engraçado e rápido. Não sei como a ideia surgiu e esqueci de anotar algumas informações que poderiam me levar de volta a ela. Fiz um teste em um balão antes e postei o resultado no Instagram, acabei gostando e no dia seguinte fiz todo o processo que faltava. O que eu quis com Balloon foi passar a mensagem de que às vezes, mesmo sentindo algo, temos que escolher o que transparecer. Que expressão será mostrada para os outros.

Meu cenário foi a minha sala de estar. Tem uma janela do lado esquerdo do monitor. Fechei a janela e a cortina para suavizar a luz, liguei a lâmpada do teto e ainda utilizei meus dois tripés com as sombrinhas para ajudar.

Ao todo, tirei 63 fotos e escolhi 7 para compor o resultado final. Cada balão é uma foto independente unida a uma minha segurando o balão amarelo. A maior quantidade de cliques foi para os balões. Fiz em várias posições diferentes para ter uma maior opção na hora de montar. Usando uma fita larga enrolada no dedo, diminuí a área de contato com o balão (o que me ajudou muito na hora de recortar ele).

Os metadados da minha imagem segurando o balão amarelo: 24mm, 1/25 seg, f/4,5 e ISO 400. Cada balão foi fotografado com as mesmas especificações, mas com uma distância focal de 32mm.

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O balão branco foi mais engraçado de se fazer. Eu não sabia de que forma deixá-lo preso a minha cabeça e não tinha noção de que partes do meu cabelo continuariam aparecendo. Tentei de alguns jeitos e depois recortei o balão no Photoshop e colei por cima do meu rosto.

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Também fiz vários cliques de mim mesmo: só encarando a câmera, a mão direita levantada, depois a esquerda, ambas sem nada, depois tirei uma segurando um balão. Foi essa última que escolhi.

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Ainda tenho algumas dificuldades de casar duas imagens diferentes, deixando a ideia de que elas pertencem a uma só. Porém, tirar todas as fotos em um único fundo e com uma iluminação parecida, facilita muito na hora de editar. Trabalhei primeiro com o balão branco, recortando de uma imagem onde vi que daria menos trabalho. Depois fui escolhendo os balões e posicionando cada um em um lugar. Com a ajuda das máscaras no Photoshop, fui retirando os excessos e fundindo as imagens da melhor forma possível.

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Tentei dar o máximo de detalhes conforme ia juntando os balões e posicionando-os, mesmo que eles não aparecessem com clareza em uma versão pequena do resultado final. Como os reflexos da camisa.

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Depois dos ajustes e edições feitas, já com algumas correções de cor e iluminação aqui mesmo no Photoshop, importei o editável para o Lightroom para os ajustes que faltavam. A primeira coisa que descobri quando comecei a mexer com fotografia foi: não existe regras. Fui mexendo até criar algo confortável aos meus olhos.

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Deixei as cores mais vivas, diferente do tom apagado que é possível perceber nas imagens anteriores. Não fiz nada muito louco. Muita coisa do processo de criação foi aparecendo na hora em que eu tirava as fotos. Aproveitei para fazer uma nova imagem de perfil também e me diverti com as caretas que davam “errado” e ficavas engraçadas demais. Acabei escolhendo e editando a última delas.

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Sempre tento mostrar para alguém logo que me convenço de que não há mais no que mexer. Podem acabar enxergando algo que deixei passar. Depois disso, posso dar alguns dias de molho, verificar a edição novamente (procurando por falhas) e publico nas redes sociais: Flickr e 500px.

Esse foi o processo da Balloon e não sei se consegui passar a mensagem que pensei na hora da concepção dela, mas gostei do resultado. Agora é ir para o próximo clique. 🙂

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