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O que é bom?

“Faça o que você sabe da melhor forma que você sabe. Faça um bom trabalho.” Isso ecoa na cabeça de um jeito terrível. Ao mesmo tempo que serviria para amenizar a pressão externa, em algum momento a intensidade aumenta e a ideia de sempre ser bom, em produzir algo bom, põe lenha na fogueira e deixa tudo desestabilizado internamente.

Tem duas músicas que costumo ouvir quando a situação piora. Naquele momento que o peito aperta, a ansiedade explode e a única coisa clara na cabeça é surtar. My Kind of Love, da Emeli Sandé e Get It Right, de Glee. Respectivamente, “quando não importa o que você faz, nunca é bom o suficiente” e “o que você pode fazer quando o seu bom não é bom o suficiente?” Elas trazem praticamente a mesma frase. Contexto das letras é diferente, mas dá para se identificar com a situação.

Porém, o que é bom? E o que é bom o suficiente? Essa visão não fica distorcida quando há pressão interna envolvida? Claro que fica. É a mesma fórmula do sucesso e do fracasso. O fracasso que você está vendo pode ser o seu sucesso se visto de uma perspectiva diferente. O trabalho que você faz, ou a pessoa que você é, pode ser bom se a camada de autopressão acumulada for deixada de lado.

Autocrítica é sempre bem-vinda, mas não com essa roupagem, não nessa intensidade e não com esses propósitos. Sempre há no que melhorar, mas o custo disso não pode ser a sua sanidade.

Image: Austin Kleon

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