Pular para o conteúdo

Luan Felipe

Cansado de me perder em algo que não me complementa.

Areia

Problemas. A cabeça cheia, o corpo tenso. Pensamentos que importam tudo de ruim da semana anterior. Adivinhando o que de ruim poderá acontecer na semana seguinte. As incertezas carregando experiências passadas, combinadas com pessimismo cultivado há tempos e autoestima mantida sob rédeas curtas. O sucesso do Sistema.

Continue a ler »Areia

Gosto do silêncio. Da ausência de preocupação com o que vai acontecer. De sentar no chão, feito criança, até sentir as pernas formigando. Aproveitar e me deitar, porque gosto de olhar para o teto. De sentir o frio percorrer a pele em contato com o piso.

Continue a ler »

Feliz o que mesmo?

Era tarde, talvez próximo da meia-noite. Ele não queria saber. A cadeira em que estava era gelada, assim como os relacionamentos que tentava cultivar ou a família que tentava agradar. O celular vibrava no bolso, mas se revelara um fantasma. Uma síndrome adquirida com a modernidade. Pensava se aquele fantasma assumiria uma forma maior e assustadora e o levaria para visitar o próprio passado. No final, concluiu que não. Por que faria isso com alguém que repensa sem parar as próprias ações?

Continue a ler »Feliz o que mesmo?

Rachaduras

“Eu sou gay.” Era isso o que Henrique queria ter dito durante a discussão com a mãe no carro. Enquanto ouvia as palavras “quando você vai nos apresentar uma namorada?” e respondia com um “não vou”. Sentia tremer as camadas de mentira que mantinham uma imagem diferente para os outros. Ninguém se explica quando se é hetero. Ninguém deveria se preocupar com quem a outra pessoa vai amar. O problema estava em achar que heterossexuais amam e homossexuais fazem sacanagem.

Continue a ler »Rachaduras

Construindo: Balloon

Compartilhar o que eu sei sempre me deixa com frio na barriga. Tem dois motivos para isso. O primeiro é: não acho que sei uma quantidade boa de coisas a ponto de compartilhar. O segundo: o “efeito demonstração” sempre está ai para atrapalhar e fazer você ficar com cara de bobo. Você sabe executar alguma coisa perfeitamente, mas quando vai mostrar para alguém, não dá certo.

Continue a ler »Construindo: Balloon

Aprendi

Aprendi que sou estranho desde a infância, brincando sozinho com meus bichinhos de plástico, imaginando sei lá o que e cultivando a imaginação. Que é possível ter 101 dálmatas imaginários sem ficar louco e certamente eles trariam o jornal para mim se eu pedisse (ou me importasse).

Continue a ler »Aprendi

Saudade

“Pega isso tudo e transforme em algo produtivo”. A frase aparecia todas as vezes que ele se sentia desolado. Era acompanhada da expressão serena do amigo, com os olhos encarando o horizonte e o sorriso torto sempre presente. Cena do dia em que ambos resolveram se acomodar longe dos prédios da cidade para acompanhar o pôr do sol.

Continue a ler »Saudade